12.22.2004
Vai-te
"O difícil se faz agora. O impossível demora um pouco mais."
Comecei a mudança. A partir de agora, Mujique responde por este endereço aqui:
http://www.insanus.org/mujique
Peço a todos a gentileza de alterarem seus links. Esta sede aqui ainda vai existir por algum tempo, mas apenas como redirecionador.
Não estranhem a nova moradia. O layout ainda é provisório (agradecimentos ao Gabriel), não há links nem arquivos. Tudo questão de tempo. Pouco ou muito tempo é o que ainda não sei.
12.20.2004
Meu sobrenome é Braga
Dicas para um fim de ano melhor.
Problema: churrasco de família para mais de 30 pessoas, tudo por sua conta. Como reduzir os custos?
Solução: Mais simples do que parece. Comece servindo as pessoas com petiscos baratos (pão com alho e lingüiça - erroneamente denomidada de salsichão por muitos -, por exemplo). Bastante salada também ajuda. Com fome, as pessoas comem o que aparecer.
Evite servir carne mal passada. Ela é menos fibrosa e suculenta, ou seja, as pessoas vão comer muito mais do que se ela estivesse ao ponto.
Estamos aqui para servir.
Tenho cinco dedos em cada mão
Com o fim de ano, chegam também as listas de melhores e piores. Depois do surgimento dos blogs, então, todo mundo resolve dar seus pitaquinhos aqui e acolá.
Como a minha relação espaço-temporal não é das melhores, e eu não sei exatamente quando assisti determinado filme ou ouvi certo cd, abdicarei do meu dever bloguístico de listar minhas opiniões e gostos aqui. Afinal, não quero correr o risco de colocar entre os melhores de 2004 um cd que foi lançado em 2003, por exemplo.
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Falando em relação espaço-temporal, curioso é o andamento que os anos adquiriram pra mim. Embora pareçam cada vez mais rápidos em um sentido absoluto (em outras palavras: nossa, ontem mesmo era 2003), cada vez mais os fatos que aconteceram há pouco tempo me parecem distantes. Sem dúvida isso acontece pelo grande número de viradas, mudanças e reviravoltas que tenho passado (um exemplo ilustrativo: quatro empregos esse ano). A mudança constante da realidade ao meu redor afasta o passado para mais longe do que deveria estar. É simples de entender até: assim que me acostumo com a nova realidade, parece que tudo sempre foi assim, e o passado recente ganha um ar de long time ago.
Minha banalidade filosófica me fatiga.
12.15.2004
Te admiro, te admiro
Se eu ganhasse vinte reais por hora de trabalho (ou seja: R$ 160 por dia, R$ 3200 por mês) seria uma pessoa um pouco mais feliz. Não muito, uma vez que feliz mesmo eu seria se existisse o box com dvds de todas as temporadas do Chaves e do Chapolin para vender (se não tem isso pra comprar, de que me serve o dinheiro?), mas um tanto mais do que sou agora, certamente.
Porém, se eu ganhasse vinte reais por hora para ficar me fingindo de fã dos funcionários da BrasilTelecom, seria bem mais feliz do que sou. Que divertido aquilo. Bem disse o Paraíba: "se eu tivesse um blog faria um post sobre esta noite". Ele não tem, mas eu tenho. O Gabriel também tem. Por isso, tanto eu quanto ele estamos relatando a bisonha noite de segunda-feira em nossos PERIÓDICOS VIRTUAIS.
É, foi isso que a gente fez segunda: saímos do nosso marasmo, até então emplastadamente acomodado nos bancos verdes da Fabico, e fomos, a convite do Celso, fingir que éramos fãs do pessoal da BrasilTelecom. Gritos, pedidos de autógrafos, frases de incentivo. Tudo hilariantemente improvisado. Até o Hilton se soltou lá (sim, cara, tu ficou bem menos mistery man depois dessa).
E, no fim, ainda ganhamos cerveja, refri e salgadinhos, devidamente servidos no porão catacúmbico da Acqua (foi em frente dela que tudo aconteceu).
Alcançamos tal grau de eficiência como fãs escandalosos que vizinhos atordoados com o barulho atiraram pedras em nós. Fomos tão eficientes que se não fosse a rouquidão e a dor nos pés eu cogitaria mudar de profissão.
12.13.2004
Tantas emoções
Eu só não reclamo de ter que levantar cedo nos sábados porque esse é o fato que possibilita e torna ainda melhor a minha já sagrada siesta das tardes nesse dia.
Onteontem, porém, nem tudo ocorreu como o previsto. Levantei cedo, sim, movido pela certeza de que seria a última vez que precisaria fazer isso (este ano). Mas ao retornar ao meu doce lar, fui surpreendido por uma estranha movimentação nos arredores de casa. Rua fechada, barracas, será uma feira? Não dei muita bola e subi pra casa.
Quando eu já estava deliciosamente pegando no sono, uma voz ecoando em caixas de som me acorda. Escuto por alguns minutos. Jesusamado. É a festa natalina da Associção de Moradores do São Geraldo e Navegantes. Ou, como eles diziam, "a segunda edição do Natal 2004". Fiquei tão apavorado com a possibilidade de ter uma festa popular movida a pessoas falando em caixas de som acontecendo embaixo da janela do meu quarto que, por alguns momentos, cogitei a possibilidade de eles estarem programando uma série de festas natalinas.
"Será que semana que vem vai ter a ´terceira edição?´", pensei, ainda atordoado pelo sono.
A voz no microfone, então, chama um humorista e animador ao palco. Deus, que medo. Ser obrigado a ouvir piada ruim à distância sem poder reagir.
Mas ele até que era contido. Anunciou as atrações do dia: grupos folclóricos, gincanas, Sandy cover, Roberto Carlos cover. Pior do que sofrer é saber de antemão que o sofrimento ainda vai durar muito tempo.
Entendam que o som estava há uns 70 metros da minha janela, que fica distante apenas 3 andares do solo. Não tinha escapatória, em qualquer parte da casa se ouvia tudo. Sair dela não estava nos meus planos também. Preguiça.
Neste momento, passou pela minha cabeça ligar o computador e fazer uma transmissão real time dos acontecimentos da festa aqui no blog. Mas a preguiça cavou um abismo intransponível nos 30 centímetros que separam minha cama do computador.
Tentei dormir. Maçanico no banhado não deixou. Depois vieram danças polonesas. Boas músicas eruditas, eu diria. Até embalariam um soninho se o maldito animador não entrasse gritando ao fim de cada canção.
Só desisti da soneca quando anunciaram a Sandy cover. "Ela é linda, talentosa e MANDOU UMA REPRESENTANTE SUA PRA CÁ". Gênios, dobrei a espinha pra eles nessa hora. Mas a menina cantava mal, não dava pra suportar. Fui pra sala, onde ouvia um pouco menos o tumulto.
Quando eu voltei pro quarto, umas 8 da noite, a festa estava chegando perto do clímax. A Escola de Samba Praiana estava trazendo o Papai Noel, devidamente acomodado em um destes carros antigões conservados (não me peçam nomes, pertenço aos 2% da classe heterossexual masculina que não entende de carros e surf). O evento seguiu com um show ensurdecedor de samba. Toquei-lhe um Explosions in the Sky bem alto pra competir. E aliviar também.
Finalmente, o Rei cover. Quis descer lá e ver se ele era parecido com o original. Será que também tem perna mecânica e usa uma pena no cabelo? Não sei, tive preguiça de ver.
Umas 23 horas o furdunço acabou. Silêncio, enfim. Pude, então, dar vazão à minha preguiça. E dormir.
12.07.2004
John Woo
Aproximadamente 9 horas da manhã, lá vai o Saulo bem feliz trabalhar. Ao passar pelo viaduto da Duque (o que atravessa a João Pessoa), ele avista um jovem caminhando em direção contrária pelo mesmo viaduto.
Assim como Saulo, o jovem caminha próximo à mureta. Solícito, Saulo afasta-se da mureta, a fim de evitar um confronto com o jovem que se aproxima. Curiosamente, o jovem também se afasta. Saulo volta. O jovem também.
A esta altura, nosso herói, sagaz e astuto como poucos, percebe do que se trata e olha fixamente para o jovem, que ainda está uns 5 metros distante dele. O jovem, então, faz cara de VILÃO DO CIDADE DE DEUS, menciona tirar algum objeto do bolso e diz alguma coisa para Saulo (nota: não tenho a menor idéia do que ele disse).
Demonstrando agilidade e raciocínio MCGIVERÍSTICO ultra-rápido, Saulo corre e contorna o jovem, escapando cinematograficamente do meliante.
Ainda atônito, o jovem assaltante grita, sorrindo:
- Ah, era brincadeira...
Desisto de entender o mundo.